da prole é coisa muito mais importante em uma sociedade bárbara e rudimentar, do que entre um povo civilizado, como é fácil de avaliar; a tribo que, por falta destas instituições, deixar a raça abastardar-se, é uma tribo vencida; sem armas de fogo, sem os diversos recursos que uma cultura mais adiantada pode trazer à arte da guerra, vence a tribo que dispuser de mais forças físicas: por aqui se compreende o papel importante que representa esse elemento em tais sociedades. Não é só isso. Entre nós, um menino fraco e mal conformado pode vingar à custa de cuidados, e em geral da ausência absoluta de privações a que está sujeito nessa idade. Numa sociedade bárbara, porém, onde não é conhecido o uso do sal, onde se não podem armazenar os alimentos — a fome, as intempéries de que não são protegidos, nem pelas roupas, de que não usam, nem por aquelas choupanas, verdadeiros rudimentos de morada; as peregrinações forçadas, ou pelas estações, ou pela necessidade de buscar alimentos, são outras tantas causas de eliminação a que não poderiam resistir os meninos fracos e mal conformados. O instinto, pois, da própria conservação, o orgulho, o amor paterno e materno vêm em auxílio do sentimento de honestidade, para fazer do índio um homem, pelo comum, mais moral do que o cristão civilizado.
A opinião contrária ou é fundada em observações superficiais, ou assenta-se em fatos isolados, que entre nós, assim como entre eles, existem; mas não podem, sem imprudência e notável erro, ser elevados à categoria de regras gerais. A consequência que devemos tirar dos fatos é esta: a família selvagem é tão respeitável como a cristã, dadas as circunstâncias de costumes, religião e meios de vida de nossos índios.
A prostituição, que se nota em tão alta escala nas aldeias fundadas por nós, é a consequência forçosa do