inferior de 40 léguas dos seus correspondentes Taquari e Pequery, na bacia do rio da Prata; entendi, portanto, que a tradição era exagerada, e nessa crença fiquei até o dia 5 de junho de 1871. Nesse dia, vindo eu de viagem pelo divisor das águas do Araguaia para Cuiabá, no meio de campos cerrados que existem entre o ribeirão da Ponte Grande e o córrego dos Dois Irmãos, nossos cães de caça levantaram uma onça, em cujo encalço seguimos, e que só pudemos matar depois de considerável marcha e já muito tarde; além de grande fadiga, porque fizemos a pé a travessia de uma mata, éramos torturados pela necessidade de água, o que nos obrigou a seguir pelo leito de um córrego seco. Assim, chegamos inesperadamente à margem de um grandioso rio, quando esperávamos apenas encontrar um regato. Dois dias depois, encontrei-me com um sertanejo audaz, que tem explorado parte destes sertões, o capitão Antonio Gomes Pinheiro, em cuja companhia fiz diversas explorações até a latitude e a longitude da montanha denominada Paredão, que corresponde, na bacia do Prata, à altura do leito do Itiquira. Rasgou-se-me então a venda dos olhos e compreendi tão claramente o roteiro dos jesuítas, como se houvera sido companheiro de viagem desses audazes exploradores. À vista destes fatos, o roteiro dos jesuítas do Paraguai, para se comunicarem com os do Pará, era o seguinte:
Subiam o Paraguai acima até a foz de São Lourenço; por este acima até a foz do Itiquira, por este à serra: saiam por terra e, com marcha de 15 léguas, ganhavam as águas do Amazonas por intermédio do rio de que há pouco falei, ao qual, seguindo a tradição antiga, conserva o nome de rio das Garças; por ele abaixo até ao Araguaia, e por este e Tocantins ao Pará.
Estimo as distâncias a percorrer por este roteiro dos jesuítas entre Montevidéu e Pará em 1.225