No nono episódio, o jabuti é apanhado pelo homem, que o prende dentro de uma caixa, ou de um patuá, como diz a lenda; preso, ele ouve dentro da caixa o homem ordenar aos filhos que não se esqueçam de pôr água no fogo para tirar o casco ao jabuti, que devia figurar na ceia. Ele não perde o sangue frio; tão depressa o homem sai de casa, ele, para excitar a curiosidade das crianças, põe-se a cantar: os meninos aproximaram-se; ele cala-se: os meninos pedem-lhe que cante mais um pouco, para eles ouvirem; ele lhes responde: — oh! se vocês estão admirados de me verem cantar, que não seria se me vissem dançar no meio da casa?
Era muito natural que os meninos abrissem a caixa; que crianças haveria tão pouco curiosas, que quisessem deixar de ver o jabuti dançar? Há nisto uma força de verosimilhança cuja beleza não seria excedida por Lafontaine. Abrem a caixa e ele escapa-se.
Esta lenda ensina que não há passo na vida, por mais desesperado que seja, do qual não se possa sair com sangue frio, inteligência e aproveitando-se das circunstâncias.
O jabuti chegou ao covão; estava assoprando sua frauta.
A gente, que estava passando, ouvia. Um homem disse:
— Eu vou apanhar aquele jabuti.
Chegou ao covão e chamou:
— Oh! jabuti!
O jabuti respondeu:
— U!
O homem disse:
— Venha, jabuti.
— Pois bem, aqui estou, eu vou.
O jabuti saiu, o homem apanhou-o e levou-o para casa. Quando chegou a casa, trancou o jabuti dentro da caixa.
Sendo manhã, o homem disse aos meninos:
— Agora não soltem vocês o jabuti.
Foi-se para a roça. O jabuti, dentro da caixa estava tocando sua frauta. Os meninos ouvem, vêm escutar. O jabuti calou-se. Daí, os meninos disseram:
— Assopra, jabuti.
O jabuti respondeu:
— Vocês acham muito bonito; como vocês não achariam belo, se vissem eu dançar?...
Os meninos abrem a caixa, para verem o jabuti dançar. O jabuti