O Selvagem

dança pelo quarto: tum! tum! tum! tum! tum! tum! tum! tum! tein! Daí o jabuti pediu aos meninos para ir urinar. Os meninos disseram a ele:

— Vá jabuti; agora não fujas.

O jabuti saiu para trás da casa, correu e escondeu-se no meio do cerrado. Então, os meninos disseram:

—O jabuti fugiu.

Um deles disse:

— Agora como há de ser? Como é que havemos de falar a nosso pai, quando chegar? Vamos pintar uma pedra como a pinta do casco do jabuti. Senão, quando ele chegar, nos baterá.

Assim mesmo eles fazem. De tarde chega o pai deles, que lhes diz:

— Ponham a panela no fogo, para descascarmos o jabuti.

Eles disseram:

— Já está no fogo.

O pai pôs a pedra pintada na panela, pensando ser ela o jabuti. Depois disse a eles:

— Vocês tirem pratos, para nós comermos o jabuti.

Os meninos levaram-nos. O pai tirou o jabuti da panela e quando o pôs no prato, ele se quebrou. O pai disse aos meninos:

— Vocês deixaram o jabuti fugir?

Eles disseram:

— Não!

Quando eles falavam isso, o jabuti assoprou na sua frauta. O homem, quando ouviu, disse:

— Eu vou apanhá-lo de novo.

Foi e chamou:

— Oh! jabuti!

O jabuti respondeu:

— U!

O homem foi procurar por baixo do cerrado e chamou:

— Vem jabuti!

Ele chamava de uma banda, e o jabuti respondia atrás dele. O homem aborreceu-se, voltou, deixou-o.

X

O jabuti e o gigante

NOTA — A presente lenda é, como as antecedentes, destinada a ensinar ao selvagem a supremacia da força da inteligência sobre a força física, ensino que, como observei na Introdução, tendia a elevar o selvagem do estado de barbária em que se achava ao de civilização.