— Ah! Cupins! Se vocês fossem gente, roiam logo este cipó e me soltavam.
Os cupins disseram:
— Nós soltamos você e você depois nos mata.
A onça disse:
— Não mato.
Os cupins trabalharam toda a noite e na outra manhã a onça estava solta. Estava com fome, comeu os cupins e foi no encalço da raposa.
XVIII
A onça varre o caminho da raposa
NOTA — O pensamento deste episódio é o seguinte: quando teu inimigo fizer alguma coisa e disser que a fez em teu benefício, não acredites, sem primeiro examinar.
Se o teu inimigo fizer alguma coisa e disser que foi para teu benefício, toma cautela.
A raposa, com medo, só andava de noite. A onça armou um laço, limpou o caminho e quando a raposa chegou, ela disse:
— Eu limpei nosso caminho por causa dos espinhos.
A raposa desconfiou e disse:
— Passa adiante.
Quando a onça passou, desarmou-se o laço. A raposa pulou para trás e fugiu.
XIX
A raposa e a onça
NOTA — O pensamento desta lenda parece ser o seguinte: quem mal se disfarça, muito se manifesta, porque o mau disfarce, não tendo a vantagem de ocultar a pessoa que o toma, tem o grave inconveniente de atrair a atenção sobre ela.