O sol secou todos os rios e ficou só um poço com água.
A onça disse:
— Agora eu pego a raposa, porque vou tocaiá-la no poço d'água.(25)Nota do Autor A raposa, quando veio, olhou adiante e enxergou a onça; não pôde beber água e foi-se pensando como beberia.
Vinha uma mulher pelo caminho, com um pote de mel na cabeça. A raposa deitou-se no caminho, fingiu-se de morta; a mulher arredou-a e passou.
A raposa correu pelo cerrado, saiu adiante no caminho e fingiu-se de morta. A mulher arredou-a e passou adiante. A raposa correu pelo cerrado e, mais adiante, fingiu-se de morta. A mulher chegou e disse:
— Se eu tivesse apanhado as outras, já tinha três.
Arreou o pote de mel no chão, pôs a raposa dentro do paneiro, deixou-o aí e voltou para trazer as outras raposas. Então a raposa se lambuzou no mel, deitou-se por cima das folhas verdes, chegou ao poço e assim bebeu água.
Quando a raposa entrou n'água e bebeu, as folhas se soltaram; a onça conheceu-a, mas quando quis pular sobre ela, a raposa fugiu.
XX
A raposa e a onça
NOTA — O pensamento desta lenda é o seguinte: não há situação, por mais desesperada que seja, de que o homem não possa sair com energia e inteligência.
A raposa estava outra vez com muita sede, bateu um pé de soroeira [sic], lambuzou-se bem na sua resina,