— Dize a teu marido que eu quero comer peixe.
A moça disse a seu marido; eles embarcaram na canoa, foram à outra margem. Eles chegaram. O sinimbu mandou tirar cipó para ele. Ele subiu a uma árvore e disse a sua mulher:
— Amontoe muita folha; quando tiver muita, acenda fogo sobre ela.
A moça fez como o sinimbu mandou.
Quando o fogo já estava grande, o sinumbu disse de cima:
— Lá me vou.
Pulou no meio do fogo, mergulhou na água, boiou do outro lado e gritou para sua mulher:
— Traga a canoa, este peixe é muito pesado!
Eles embarcaram com um grande tucunaré e foram-se para sua casa; lá a moça deu esse peixe à raposa.
A raposa perguntou como seu marido pegara o peixe.
A moça narrou a ela como fez o sinimbu. No outro dia, a raposa disse a sua mulher:
— Vamos apanhar peixe, como o sinimbu apanhou.
Eles foram; a velha acendeu fogo, a raposa saltou no meio; não pôde passar; o fogo estava saberecando sua pele; a raposa gritou:
— Velha! Traze água depressa! Senão eu morro!
Dificilmente ela pôde sair. Quando ela chegou a sua casa, chamou sua filha e disse-lhe:
— Toca daqui teu marido; não o quero aqui; fez com que eu me queimasse!