O Selvagem

— Esconde-me.

A moça escondeu-o; untou um pilão com cera, embrulhou-o com a tarrafa e deitou-o no mesmo lugar.

Então a velha saiu do mato e acendeu fogo embaixo do muquem [sic]. Esquentando-se o pilão, a cera derreteu-se; a velha aparou. O fogo queimou a tarrafa; apareceu o pilão. Então a velha disse a sua filha:

— Se tu não mostrares a minha caça, eu te matarei!

A moça ficou com medo, mandou o moço cortar palmas de naçaby [sic], para fazer cestos, para estes cestos se virarem todos em animais. A velha foi atrás; quando chegou, o moço mandou os cestos virarem-se em antas, veados, porcos, em todas as caças; viraram-se. A velha gulosa comeu todos.

Quando o moço viu a comida pouca, fugiu; fez um matapi, onde caiu muito peixe.(29)Nota do Autor

Quando a velha chegou ali, entrou dentro do matapi.

O moço espantou uma pinta de marajá [sic].

A velha estava comendo peixe, quando ele a feriu e fugiu. A moça disse a ele:

— Quando tu ouvires um pássaro cantar kan-kan, kan-kan, kan-kan, é minha mãe, que não está longe para pegar você.

O moço andou, andou, andou.

Quando ele ouviu kan-kan, correu, chegou onde os macacos estavam fazendo mel e disse-lhes:

— Escondam-me, macacos!

Os macacos meteram-no dentro de um pote vazio. A velha veio, não encontrou o moço e passou para