O Selvagem

diante. Depois, os macacos mandaram o moço ir-se embora.

O moço andou, andou, andou. Ouviu: kan-kan, kan-kan, kan-kan. Ele chegou à casa do surucucu e pediu-lhe que o escondesse. O surucucu escondeu-o. A velha chegou, não o encontrou, foi-se.

De tarde o moço ouviu o surucucu, que estava conversando com sua mulher para fazerem um muquem para eles comerem o moço.

Quando eles estavam fazendo o muquem, um makanãn [sic]. O moço disse:

— Ah! Meu avô makanan [sic], deixa que eu fale com você.

O makanan ouviu, veio e perguntou:

— Que é, meu neto ?

O moço respondeu:

— Há dois surucucus que me querem comer.

O makanan perguntou:

— Quantos esconderijos eles tinham?

O moço respondeu:

— Um somente.

O makanan comeu os dois surucucus.

O moço passou para a banda do campo, encontrou-se com um tuiuiú, que estava pescando peixe, que estava pondo em um uaturá.(30)Nota do Autor O moço pediu a ele que o levasse. Quando o tuiuiú acabou de pescar, mandou o moço pular para o uaturá, voou com ele, pô-lo sobre um grande galho de árvore, não pôde levá-lo adiante. De cima o moço viu uma casa; desceu e foi. Chegou à beira da roça e ouviu que uma mulher estava ralhando com uma cutia para não comer sua mandioca.