nobre empenhar trabalho e esforço para conseguir isso, do que descrever plantas ou minerais.
Não é só nobre, e também minimamente útil.
Por muitos séculos ainda a raça mestiça do branco e do indígena há de ser a precursora do branco nos sertões do interior.
Não serão europeus, importados não sei a quanto por cabeça, que hão de começar a povoação das terras virgens.
Há de ser, como tem sido até aqui, o índio ou o mestiço, seu descendente.
Um distinto estadista brasileiro, fazendo o cálculo das despesas que temos feito com colonização, chegou ao resultado de que cada colono aproveitado nos tem custado cerca de um conto de réis. Digo aproveitado, para entender-se o que fica, deduzidos os que morrem antes de aclimar-se [sic], os que voltam, aqueles cujas passagens pagamos e que aqui não chegam, aos quais podíamos bem ajuntar os vadios, que não trabalham, ou que exercem indústria de pouca utilidade, como: engraxar botas, tocar realejo ou vender bebidas espirituosas.
Aqueles que estimam em menos a população selvagem do Brasil dizem que possuímos 500 mil índios.
Creio que possuímos mais de um milhão. Mas contemos só os 500 mil, que, se é exato o cálculo a que eu aludi acima, valem 500 mil contos. Ora, 500 mil contos são a renda do Brasil durante cinco anos. Para adquirir de fora uma população igual a dos selvagens, que já estão em nossa terra, serão necessárias despesas por espaço de muitos centos de anos.
Isso mostra que o índio é um tesouro de imensa valia para nós, que, mais do que nenhum outro