povo do mundo, temos sertões a povoar e terras que não poderão jamais ser ocupadas pela raça branca sem primeiramente serem desbravadas por outra raça, menos sujeita às influências deletérias dos climas intertropicais e capaz de viver fartamente com um pouco de cultura, caça e pesca naqueles mesmos lugares em que os brancos morreriam à míngua.
Mas, dizem, o índio é preguiçoso, estúpido, bêbedo, traiçoeiro e mau.
Coitados! Eles não têm historiadores; os que lhes escrevem a história ou são aqueles que, a pretexto de religião e civilização, querem viver à custa de seu suor, reduzir suas mulheres e filhas a concubinas, ou são os que os encontram degradados por um sistema de catequese, que com mui raras e honrosas exceções, é inspirada pelos móveis de ganância ou da libertinagem hipócrita, o que dá em resultado uma espécie de escravidão que, fosse qual fosse a raça, havia forçosamente de produzir a preguiça, a ignorância, a embriaguez, a devassidão e mais vícios que infelizmente acompanham o homem quando se degrada.
Os escravos dos gregos e romanos eram de raça brança, e não sei que a história tenha conservado notícia de gente pior.
Qual é o meio de catequizar convenientemente o índio?
É ensinar em cada tribo alguns meninos a ler e a escrever, conservando-lhes o conhecimento da língua materna, e sobretudo: não aldeiar nem pretender governar a tribo selvagem.
Deixemo-los com seus costumes, sua alimentação, seu modo de vida. A mudança mais rápida é aquela que só pode ser operada com o tempo, e no decurso de mais de uma geração, pela substituição gradual das