de uma mesma língua, o tupi e o guarani, tão semelhantes entre si como o português o é do espanhol.
Quando digo uma nação, não quero dizer que tivessem eles um só governo; eram uma nação somente porque tinham quase a mesma língua, as mesmas crenças religiosas, os mesmos costumes e a mesma conformação física.
Estes conheciam o que chamamos hoje Brasil, do Amazonas até mais ou menos a baía dos Patos [Forte Inbiassape - SC], debaixo do nome de Pindorama, que quer dizer região das palmeiras; ao interior, não ocupado por eles, denominavam Tapuirama, que quer dizer região de ranchos ou de aldeias.
§ 3º — RAÇAS QUE HABITAVAM O PINDORAMA (BRASIL) EM 1587
A primeira descrição que temos dos habitantes do Brasil nos é dada em uma carta do escrivão da armada de Pedro Alvares Cabral, Pedro [Pero] Vaz de Caminha, escrita a D. Manoel, rei de Portugal, em 1500.
A segunda é a que vem no Tratado descriptivo do Brasil, de Gabriel Soares de Souza, escrita em 1587, e as histórias do Brasil de Pero Magalhães Gandavo em 1585 e a de frei Vicente Salvador, escrita em 1527, impressa no volume XIII dos Annaes da Bibliotheca Nacional.
Temos ainda a descrição dada em 1557 pelo francês [Jean de] Léry, que esteve no Rio no tempo em que os protestantes franceses ocuparam a baía Nhetoroya [Baía da Guanabara], como Anchieta denomina a do Rio; a dos frades franceses Claudio de Abeville e Ivo d'Evreux, quando os franceses ocuparam o Maranhão no tempo de Henrique II, as cartas do padre Anchieta publicadas nos Annaes da