O Selvagem

Bibliotheca do Rio e Une fête Brésilienne à Rouen, em 1550.

Entre os estudos modernos, que são mui numerosos, os mais importantes e conscienciosos são: a obra do alemão dr. Carlos [Karl] F. P. von Martius, intitulada: Etnografia da América e principalmente do Brasil [Beiträge zur ethnographie und sprachenkunde amerikas's zumal brasiliens], Leipzig, 1873 [sic], e a do professor Carlos [Karl] von den Steinen, intitulada: Entre os povos naturais do Brasil Central [Unter den naturvölker Central-Brasiliens], Berlim, 1804 [sic], ambas em alemão.

Em português temos dois, que podem ser consultados, e são Revista da Exposição Antropológica Brasileira, Rio, 1882, e um escrito por mim, intitulada O Selvagem, contendo uma coleção de textos e de lendas dos americanos do sul, em língua tupi, Rio, 1876.

A bibliografia das línguas americanas do Brasil já é extensa e dela vem notícia quase completa nos Anais da Biblioteca Nacional do Rio, volume 8.

O conhecimento que tenho dos naturais do Brasil e Paraguai, adquiri em contato com eles nas presidências de Goiás e Pará, e quando comandei o corpo de exército que libertou a província de Mato Grosso do domínio Paraguaio, ou em longas viagens por nossos sertões ou tabeymas; pelos de São Paulo a Mato Grosso, fiz quatro viagens; de Montevidéu ao Pará, sempre pelo interior, e na extensão de pouco mais ou menos 1.300 léguas, fiz nada menos de seis viagens, tendo convivido, anos, com cadieus [cadiuéus], guaicurus, guatós, parecis, coroados, caiapós, xavantes, xerentes, canoeiros, carajás e gorotirés, no centro do Brasil; aruans [aruanás] e apiacás, no Pará. Quando o finado imperador, sr. D. Pedro II, me ordenou que escrevesse o livro O Selvagem para figurar na bibliografia americana da exposição dos Estados Unidos do Norte em 1877, ao lado de outros trabalhos sobre raças e línguas