americanas que diversos países de nosso continente para lá mandaram, o também finado duque de Caxias, então ministro da guerra, deu ordem aos diversos corpos do exército que pusessem à minha disposição todas as praças que fossem aborígines, as quais eu ouvi durante semanas e meses.
Tive, pois, com todos estes, muitos elementos para estudar e agrupar fatos relativos a nossas origens americanas, em geral ignoradas entre nós, porque, apesar de sermos americanos e não europeus, ignoramos mais nossas origens da América do que as da Europa ou da África.
§ 4º ABORÍGENES DAS COSTAS DO PINDORAMA OU DO BRASIL EM 1587
Pelas observações feitas em minhas viagens, divido os aborígines do Brasil em duas classes, uma mais civilizada, a que fazia uso de utensílios de argila cozida ao fogo, e que, portanto, cozinhava; outra que não tinha esse conhecimento e que só assava os alimentos de que se servia; figuram entre os últimos as grandes nações dos caiapós e a sua aliada, a dos gorotirés.
Em 1587, porém, quando Gabriel Soares de Souza escreveu sua descrição de que frei [Antônio de Santa Maria] Jaboatão, no Novo orbe serafico, deduziu o que publicou sobre os naturais do Brasil, são, nas costas, descritas as seguintes tribos:
Tapuia: desde o Amazonas até o Jaguaribe, por cerca de 200 léguas.
Potiguara: desde o Jaguaribe até o rio da Paraíba, na ribeira que lhe fica ao norte numa extensão de cerca de cem léguas, são de nação tupi; potiguara quer dizer: comedor de camarão.