latitude sul, cerca de 4 mil léguas quadradas, que podem conter uma população superior a 20 milhões de habitantes, isto é, 20 vezes mais do que a do atual Estado de São Paulo!
Grande parte dessa região não pode ser povoada, porque os aborígines, maltratados pelos cristãos, que aqui os matam e roubam como a feras, o não consentem.
Não há quem saiba sua língua; não se deu ainda o primeiro passo para sua catequese, que é, a exemplo do que fizeram os antigos padres da Companhia de Jesus, e o que fazem hoje os cidadãos dos Estados Unidos do Norte, criar um corpo de intérpretes para acompanhar os padres, os engenheiros, os capitalistas que pretendessem devassar esses sertões.
O serviço a respeito dos indígenas, em São Paulo, é coisa insignificante. Há para isso uma repartição nominal, tendo a sua frente um intitulado brigadeiro de índios, que, não possuindo verba a sua disposição, não pode nem mesmo matar a fome aos raros aborígines meio civilizados que chegam a São Paulo, os quais, seminus e esfarrapados, quando aqui chegam, são obrigados a esmolar de particulares, e até de estrangeiros, o dinheiro necessário para viver!
Entretanto, foram eles os donos e senhores do solo que nós possuímos, e uma das origens da raça que hoje domina o Brasil; são os verdadeiros brasileiros, os verdadeiros paulistas.
Nessa repartição não é sabida qual a população aborígene que existe em São Paulo, quais as línguas que falam, que número de léguas quadradas possuem, questões estas de sumo interesse não só para a ciência da humanidade, mas para a riqueza do estado que habitamos.