da língua, mas ainda com dificuldade, porque o vocabulário do tupi, com suas raízes, ainda não está escrito; eu pretendo fazê-lo para podermos interpretar infinidade de nomes de lugares, animais, flores e frutas de nossa terra, e o farei, se Deus me conceder vida.
§ 12.° - ANCHIETA, REZAS E DANÇAS POPULARES DE SÃO PAULO, PROVENIENTES DOS ÍNDIOS
Na obra — Estudos das linguas e das Missões — do jesuíta alemão José Dahlmann, traduzida em espanhol por Jeronimo Rojas, Madrid, 1893, vem uma bibliografia muito completa dos livros que há a respeito dos aborígines de ambas as [sic] Américas e de sua literatura.
Os jesuítas do Brasil, como a língua tupi ou nheengatu era a mais geralmente falada, pretenderam fazer dela o francês ou o inglês do Brasil, isto é, a língua geral para todos.
Muitos jesuítas conhecendo perfeitamente o tupi e o guarani, deviam conhecer também as histórias do Saci-taperê, do Boitatá, do Caapora, do Anhanga, do Curupira, do Jurupari, e de outros gênios de que estava cheia a teogonia dos selvagens, e que deviam formar extensa literatura, encerrando também o folclore do Pindorama, ou do Brasil.
Com as ideias do tempo, porém, para os jesuítas, esses entes eram manifestações do espírito mau, ou do demônio, e como tais não deviam ser conservados.
Aos literatos moços de São Paulo é que incumbe colher todas essas histórias enquanto subsistir a tradição delas, tradição que estará apagada dentro de alguns anos, apagando-se assim uma página curiosíssima do pensamento das raças da nossa América.