O Selvagem

Ixé, man, guirri mirim!

Xa rekó, man, ce papá

Xa bebê ne rakaquera

Xá puama ne rekó...


Tradução:

Se eu fôra um passarinho, oh! Quem me dera! Eu teria minhas asas, voaria no teu encalço, e me ergueria ao pé de vós.

Em Piratininga (hoje São Paulo), o padre Anchieta foi professor de latim e, depois, da língua tupi, falada então pelos paulistas.

Nas crônicas do padre Simão de Vaseoncellos lê-se, com encanto, o como o padre Anchieta compunha verso em língua tupi e como os meninos, à tarde, iam em procissão pelas ruas do nascente São Paulo, dançando o seu cateretê, cantando versos em louvor da Virgem Maria e parando nas portas dos selvagens; estes, seduzidos pelas danças e cantos, foram pouco a pouco sendo atraídos ao cristianismo, até que de todo ficaram transformados em homens civilizados.

Essas canções foram preservadas, e o finado imperador sr. D. Pedro II obteve, quando esteve em Roma, uma cópia manuscrita das mesmas, que me foi emprestada sem tradução: infelizmente não copiei todas, e não sei hoje que rumo levou.

É dessas a seguinte quadra, que os meninos cantavam em São Paulo:

Oh! Virgem Maria,

Tupan cy êté,

Aba pe ara pora

Oicó endê yabé.


Diz isto o seguinte: -- Oh! Virgem Maria, mãe