muito semelhantes todas entre si. Dessas línguas, algumas nos foram conservadas por monumentos escritos, outras subsistem vivas e faladas por tribos mansas; é provável que algumas tenham já desaparecido com os povos que as falavam, e que muitas haja de que não tenhamos notícia.
Cada nova língua que se estuda é mais importante para o progresso da humanidade do que a descoberta de um gênero novo de minerais ou de plantas.
Cada língua que se estingue, sem deixar vestígios escritos, é uma importante página da história da humanidade que se apaga e que depois não poderá mais ser restaurada.
No estado atual dos nossos conhecimentos, impossível é dizer qual dessas línguas tupis é mais primitiva, e ainda mais difícil é dizer qual a língua de onde elas vieram.
Entre as línguas tupis conservadas pelos trabalhos dos padres jesuítas, figuram o guarani ou tupi do sul, no qual está escrito um dos maiores monumentos linguistas, o Thesouro da lingua guarani, do padre Montoya.
A língua escrita pelo padre Montoya é ainda viva no Paraguai, Corrientes e em parte do território chamado de Missões. Foi, porém, profundamente modificada pelo contato com o espanhol, de modo que já há entre a língua escrita por ele e a língua atual falada pelos paraguaios, a distância que separa um dialeto de outro.
Nem o tupi oriental, aquele que era falado na costa quando os jesuítas o escreveram, e que faz objeto dos dicionários e gramáticas que nos legaram; nem a língua quiriri, um tupi que era falado pela tribo desse nome, não são hoje línguas vivas. Assim como os selvagens ou desapareceram ou subsistem mestiçados, assim