rio Cuiabá, citarei o que deu o nome ao furo do Bananal e que é especialmente notável por seu tamanho, e pelo trabalho que devia ter custado a homens que nem conheciam o uso do ferro para preparar objetos, em que pudessem carregar a terra, nem contavam com o auxílio de nenhum animal de transporte, como os peruanos, que tinham o guanaco, a lhama, e talvez a vicunha e a alpaca.
Na bacia do Amazonas conhecem-se numerosos desses aterros, e alguns deles, talvez os mais notáveis, na ilha de Marajó, onde, entre outros, há um que forma uma ilha artificial dentro do lago Arari. Esses aterros, mais ou menos extensos, assumem por vezes formas de animais; existe um no centro de Marajó, sobre o qual já passei, e que tem a forma de um jacaré colossal, sobre cujo dorso deveu viver outrora uma tribo inteira. Serve ainda hoje para lugar de construção de casas dos fazendeiros de gado e seus vaqueiros, que habitam aquela região, que se cobre de água durante as cheias do Amazonas.
Considerando-se que as regiões onde eles existem são alagadiças em muitas dezenas de léguas; que, se as tribos eram errantes e nômades, as guerras em que se empenhavam continuamente umas com outras, as deviam impedir de alargar-se por muitas léguas dessas regiões, conclui-se que eles, desde que ocuparam tais regiões, começaram esses aterros, sem os quais seria impossível explicar sua existência durante a estação pluvial em lugares que se convertem em verdadeiros mares mediterrâneos.
Portanto, o princípio de tais aterros é mais ou menos contemporâneo da ocupação dessas regiões pelos selvagens.
Pois bem, no fundo desses aterros encontram-se as mais antigas urnas funerárias, sem comparação mais grosseiras,