O Selvagem

tanto pelo preparo da argila como pela estrutura e lavores, do que as que se encontram nas camadas médias e superiores.

Se os princípios dos mesmos aterros são contemporâneos mais ou menos do povoamento das respectivas regiões, o estado de civilização que eles indicarem será o estado de civilização dos selvagens quando para aí emigraram. Dentro dessas urnas encontram-se não só instrumentos como ornatos de pedra polida, a que no Pará chamam itan, além de que a própria urna funerária, de argila cozida, indica, só por si, um período de civilização mais adiantado do que o da pedra lascada.

Em consequência, quando esses selvagens emigraram para as referidas regiões, já haviam transposto aquele período de civilização.

Não é só neste genêro de indústria que os vestígios de nossos selvagens indicam uma solução de continuidade entre o período de civilização em que os encontramos e os períodos de civilização que deviam ter percorrido antes de chegar a esse.

Vamos mostrar a ausência no selvagem do Brasil, de um período não menos importante do que aquele cuja falta vimos de assinalar, isto é, a do período pastoril.

II

Período pastoril

A filosofia e a história ensinam que o homem, em relação à indústria alimentar, foi primeiramente caçador e pescador, depois pastor, e só depois de haver percorrido esses dois períodos é que foi agricultor.

A agricultura supõe hábitos de vida sedentária e usos que excluem grande parte da primitiva barbárie do homem.