aquelas tribos, que se tinham mais detidamente entregue à agricultura.
Quando li esta parte da "Memória" no Instituto Histórico, foi suscitada a seguinte objeção, cuja dificuldade não dissimulo:
Os selvagens do Brasil não foram pastores, porque as espécies zoológicas da região que habitavam não se prestavam a isso.
Se o argumento da falta do período pastoril fosse isolado, no intuito de demonstrar a população do Brasil posterior a esse período, prescindiria dele, porque não posso desconhecer que a justeza dessa observação lhe tira em grande parte a força. Mas não é isolado; já mostrei que esta irregularidade, aparente na marcha da civilização indígena, se manifesta também pela ausência do período da pedra lascada. Por esse motivo, parece-me que a ausência do período pastoril merece, não obstante a escassez de famílias domesticáveis, ser tomada em consideração.
Certamente que não temos no Brasil uma só família que possa ser equiparada ao boi, ao carneiro e ao cavalo, preciosos companheiros das raças do Velho Mundo. Mas temos famílias equiparáveis ao porco, ao gato, ao cão, à galinha. O queixada, o maracajá, o guará ou lobo, o mutum e o jacu seriam sem dúvida alguma, espécies domesticáveis, se alguma causa, cuja existência suspeitamos, mas que por ora não podemos determinar, o não houvesse obstado.
Isto me parece tanto mais verdadeiro quanto é certo que os índios do Peru domesticaram a lhama, o guanaco, a vicunha, o gato e alguns outros animais de hábitos não menos selvagens no estado de natureza do que os de que falei acima.
Outra consideração que concorre para robustecer esta interpretação do fato, é o gosto singular que têm