Estudos da língua nacional

À guisa de prefácio

Vinte artigos que publiquei no Jornal do Comercio formam o núcleo do presente volume. O primeiro saiu em 29 de novembro de 1936 e desenvolvia um ponto que abordei na Câmara dos Deputados, conforme se vê no Diário do Poder Legislativo de 30 de novembro de 1935. Os outros foram publicados de 10 de maio a 4 de dezembro de 1938. Por isso o trabalho, por vezes, é um tanto ziguezagueante. A natureza da colaboração a isso conduziu. Ao procurar editar o livro, quis formar um todo mais homogêneo. Ia dar-me trabalho bem maior; já estava me sentindo entediado da matéria e deixei ficar, quase como os divulguei, os artigos que intitulei Assuntos Brasileiros, aditando ou corrigindo alguma coisa aqui ou ali.

Escrevi-os, deixando-me arrastar pela corrente de ideias que elaborava. Ia de bubuia, levado suavemente pelo deslocamento das recordações de tantas coisas conhecidas desde moço, que a memória guardou e as leituras acumularam.

De algum modo, o presente trabalho se prende à assinatura que dei a uma emenda relativa à criação da língua brasileira, apresentada à Assembleia Constituinte de 1934 e da qual fazia parte como representante da Bahia.

Pediram-me o apoiamento, expressão corrente na extinta Câmara dos Deputados, a fim de que a emenda tivesse número suficiente para a sua apresentação, sem que isto implicasse compromisso de votá-la em plenário. Fi-lo, um tanto inclinado a aceitar a ideia. Depois de tê-la prestigiado, senti-me na obrigação de justificar minha assinatura.

Agitava-se, mais uma vez, a questão ortográfica, e não seria a última. Não há lei possível que contenha a evolução. Fui sempre pela simplificação ortográfica; defendi-a em uma reunião que Oswaldo Cruz fizera com seus discípulos, ao criar

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