as Memorias do Instituto que hoje traz seu glorioso nome; mas sou partidário de uma simplificação que leve em conta a pronúncia brasileira.
Naquela ocasião, Oswaldo Cruz aceitara a reforma simplificada de Medeiros e Albuquerque e contratara João Ribeiro para corrigir os originais dos artigos elaborados por seus discípulos, dos trabalhos destinados a ser publicados nas Memorias. Aquele grande condutor de homens, querendo evitar discussões gramaticais, frequentemente estéreis, submeteu ao critério de alguém, por todos considerado autoridade na matéria, a correção da linguagem da sua gente de Manguinhos.
Pôde, então, verificar como a língua portuguesa é pobre quanto ao que se refere á técnica. Deu um trabalhão encontrar-se uma palavra que correspondesse ao stamm alemão, strain inglês, e ao échantillon francês no sentido em que é empregada na técnica bacteriológica, quando procurávamos substituir o termo amostra então usado, e que era inquinado de galicismo, o que originou grande discussão.
João Ribeiro exumou a palavra escantilhão, vocábulo que nunca pegou e já desapareceu daquele ambiente, continuando o uso do termo amostra. Naquela época documentei com a tradução que Ruy Barbosa fizera das Lições de coisas de Calkins, que aquele fenômeno verbal, sabedor de tantas coisas e dominador do idioma, confessara não poder a língua portuguesa, muitas vezes, traduzir coisas muito simples, como por exemplo, a cor dos cavalos indicados na obra do educador norte-americano.
Em notas publicadas naquela obra, Ruy Barbosa explicava "Das faltas que acaso haja cometido não terão custo em me absolver os que conhecem ou sondarem a dificuldade de chegar, ao menos aproximadamente, à precisão, em assunto onde ainda tão vaga e indecisa é a nomenclatura vernácula". A versão do trabalho de Calkins foi editada pela Imprensa Nacional em 1886.
Ruy Barbosa viu-se forçado a empregar alguns brasileirismos; nunca os aplicara; ainda não possuía a transigência