O solo de fogo, a inveja dos vizinhos
E a maldade do joio impertinente.
Plantai em boa terra, e grande messe
De frutos havereis". O mar cantava
Múrmuro, leve, em trêmulos de prece.
Floria a terra virginal e mansa...
Na alma da multidão Jesus plantava
A semente do amor e da esperança."
(De J. MESQUITA DE CARVALHO — Gram. e Antol. Nac.)
As árvores à beira dos caminhos têm os seus inconvenientes, sem dúvida, aliás não há bem sem senão; principalmente árvores frutíferas que atraem crianças e adultos, para colherem os frutos, de regra molestando as fruteiras.
Mas, têm também muitas vantagens, sombra e fartura de frutas, para as classes pobres que de regra não dispõem de recursos para comprá-las.
Em que ficarmos, então? Não plantar fruteiras ao longo das estradas, por motivo dos inconvenientes? Ou plantá-las, tendo em conta as vantagens?
Penso preferirei aplicar o método experimental, isto é, plantar, para tirar a limpo os inconvenientes reais; no caso destes serem de fato de grande vulto, suprimam-se as árvores; no mínimo, haverá aí um coeficiente de lenha.
Mas, na Europa, por exemplo, os automóveis nas rodovias correm à sombra de fruteiras; e em Portugal, disse-me de uma feita uma pessoa digna de fé, os ramos das videiras e das cerejeiras tombam sobre os muros; em algumas localidades, como se vê nos filmes de cinema, as cerejeiras são plantadas ao longo das cercas; o povo está educado; o problema é, pois, de educação e não de inconveniente de árvores.