metais preciosos nas margens do Tocantins, influindo nisso o próprio Pascoal Pais de Araújo, que chegou a assumir a direção da empresa, mas não pôde levá-la ao fim, por ter morrido antes.
Dois corajosos aventureiros, Correia e Bueno, disputam a honra do descobrimento das nascentes do Tocantins. O certo é que, desde 1615, o rio era conhecido das pessoas que frequentavam o Pará. Dizem até que muitos anos antes, um padre, vindo de Pernambuco, tinha visitado as cabeceiras do Tocantins, encontrando depois a morte sob os ataques dos índios, quando descia o rio com uma bandeira.
Outros, finalmente, atribuem o descobrimento do Tocantins a um indivíduo de nome Gabriel Soares, que nele teria estado em 1603, reconhecendo todavia que antes disso já o rio era frequentado pelos franceses, a ponto de haver o capitão-mor Francisco Caldeira obtido destes informações sobre o seu curso, como ainda sobre o de outros tributários do Amazonas. De resto, sabe-se que desde 1594 os franceses viajavam em águas da bacia amazônica (cf. a relação de Claude Abbeville; Paris, 1612). O P. da Cunha, em 1640, fala de um francês que todos os anos ia ao Tocantins com vários navios, que ele carregava com areia do rio, com o fim de dela extrair ouro.
Segundo o Ensaio corográfico sobre o Pará; de Baena, Antônio Raposo Tavares subiu em 1675 o Tocantins, até e região ocupada pelos Grajaús; em 1720, uma expedição enviada ao Araguaia subiu também o baixo Tocantins, coisa semelhante fazendo no ano seguinte o jesuíta Manuel da Mota. Em 1782 foi fundado o primeiro posto de vigilância sobre o Tocantins, posto que em 1797 foi transferido para a sua confluência com o Araguaia.
O infeliz resultado da expedição mandada ao Araguaia, já por nós referido, fez com que os comerciantes