O Araguaia tem as suas cabeceiras na vasta região habitada pelos caiapós, índios cujo número é hoje muito menor do que no começo. Os bandos ainda existentes vivem na margem esquerda do rio, estendendo-se por trás de um aldeamento de xavantes situado aproximadamente na altura de Salinas e a umas quarenta léguas da margem ocidental do rio, na província de Mato Grosso. Este aldeamento tem proporções consideráveis, os índios que a ele pertencem costumando uma vez ou outra passar o Araguaia, chegando até a zona do Crixás. Os caiapós penetram também até por trás das três ou quatro aldeias de índios carajás, situadas na margem do furo ocidental da Ilha do Bananal, bem como das dos tapirapés, índios que habitam em Mato Grosso, mais ou menos à altura da ponta setentrional da Ilha do Bananal, nas margens de um ribeirão que desemboca no furo esquerdo. Ao norte deste ponto os caiapós tomam o nome de gradaós; trata-se porém do mesmo povo, falando a mesma língua. Apenas, uma vez expulsos para a porção mais baixa do rio, os velhos caiapós foram fundar novas concentrações, muitas das quais ainda se encontram nas terras do interior. Apoiados provavelmente sobre o Xingu, ter-se-ão estendido até por trás das três aldeias de índios carajás-xambioás; mas não ultrapassam o meio do espaço compreendido entre o salto de Santa Maria e os Martírios, no Araguaia. A partir deste ponto e até o forte de São João das Duas Barras, talvez mesmo um pouco além, há uma nação de índios que os brasileiros só conhecem pelo nome de grande nação, através das informações colhidas dos xavantes. A margem direita do Araguaia é ocupada quase inteiramente por estes últimos, que são donos da margem norte do Crixás-Açu. Ocupam eles o espaço entre o Araguaia e o Tocantins até a altura de Boa Vista, onde esbarram com o território habitado pelos apinajés, seus inimigos. Um dos principais aldeamentos dos xavantes fica localizado cerca