de dez léguas a oeste de Salinas. Esta nação domina, aliás, com exclusão quase de outra qualquer, toda a vasta região limitada pelos dois grandes rios, fechando o pequeno território que ocupam os javaés junto à margem do Araguaia, numa distância de três ou quatro jornadas a leste do furo da direita, e de vinte e cinco ou trinta léguas ao sul da ponta setentrional da Ilha de Bananal. Os xavantes comprimem também os craós, tribo de apinajés, hoje quase completamente extinta. Os craós habitavam antigamente as duas margens do Tocantins, entre Boa Vista e Carolina; hoje se acham confinados em duas pequenas aldeias, sitas à margem esquerda do rio e compreendidas aproximadamente no espaço que acabamos de mencionar. Estão em permanente guerra com os xavantes, que incessantemente os fustigam, do lado de oeste.
Os inimigos mais temíveis que tem os xavantes na vasta península compreendida entre o Araguaia e o Tocantins são certamente os canoeiros. Esta tribo habita as duas margens do Tocantins, desde, ao norte, a povoação do Peixe, até umas dez léguas ao sul de Amaro Leite, na margem esquerda, e São José do Tocantins, na margem direita do rio. Suas divisas com os xavantes parece coincidirem com o caminho que vai de Porto Imperial a Goiás, passando por Peixe, Descoberto, Amaro Leite e Pilar. Na margem esquerda do Tocantins, eles percorrem todo o sertão do Paraná. Um platô de vinte e cinco léguas os separa dos xerentes, da província da Bahia. Estes últimos habitam toda a margem direita do Tocantins, desde Carolina até a altura de Peixe, penetrando na província da Bahia. Eles são da mesma família dos xavantes; mas acredita-se que as aldeias dos xerentes estão situadas a leste do Tocantins, ao passo que as dos xavantes ficam a oeste. O norte da península; a partir de Boa Vista, é ocupada pelos índios apinajés, que se estendem de um rio a outro.