CAPÍTULO XXVII
DE VILA MARIA A MATO GROSSO (VILA BELA)
Chegamos a Vila Maria a 18 de maio de 1845 desembarcando no sopé de uma barranca íngreme, onde o rio Paraguai descreve um grande cotovelo. Fomos muito bem recebidos pelo velho comandante da praça, o qual era veterano das guerras de Espanha e Portugal. Aqui estava à nossa espera a tropa que nos deveria levar a Mato Grosso, juntamente com a escolta militar, comandada por um tenente. Muitos animais tinham morrido, ou se perderam pelos campos; dois haviam sucumbido à mordedura de serpentes venenosas. Examinando a bagagem, logo verificamos que ela tinha sido saqueada. Ao sair de Cuiabá, tomando o conselho do presidente, nós a tínhamos confiado a um mulato, espécie de grande capitão, que desempenhava as funções de chefe de polícia municipal. Conforme pudemos averiguar, assim que partíramos, esse digno magistrado abrira as nossas malas, apropriando-se de uma grande parte do conteúdo e vendendo uma porção de objetos aos mercadores da cidade. O sr. Weddell tomou a peito não deixar impune tal abuso de confiança, pelo que resolveu voltar a Cuiabá, a fim de proceder contra o culpado. Imaginava também o nosso botânico que os seus estudos tirariam algum proveito dessa excursão por itinerário diferente do que eu pretendia seguir, ficando então assentado que haveríamos novamente de nos encontrar em