garganta ladeada por duas filas de morros, situadas uma à direita outra à esquerda do caminho. Aparece aqui a descoberto a formação geral de toda a zona: armadas calcárias em lâminas chatas e, nas elevações que cobrem o calcário, massas de rochas destacadas. O caminho é juncado de detritos calcários e quartzosos.
No dia 30 fizemos uma jornada de quatro léguas e um quarto, e a 31 três léguas, sempre sobre terreno montuoso. Da formação geológica viam-se apenas uma crosta superficial de canga e, em alguns pontos, fragmentos de quartzo, sob a forma de seixos. Os principais cursos d'água que se atravessam nos campos cortados pela estrada desde Caiçara, são afluentes do rio Jauru; deles os mais importantes são o Caeté e o das Pitas. A largura de ambos é de uns oito metros, e a profundidade apenas de alguns centímetros; parece, todavia, que durante a estação das águas eles se convertem em verdadeiras torrentes, ocasionando inundações. O Caeté nasce cinco ou seis léguas ao norte da estrada e despeja no Jauru ao sul do mesmo caminho. O ribeirão das Pitas, este, parece nascer nas mesmas vertentes e possuía análoga direção, tendo havido erro em supor que ele nascesse no mesmo lugar de onde sai o rio Cabaçal, nos campos de Tapirapuã. Depois de acompanhar o rio Jauru pelo espaço mais ou menos de uma légua, chegamos no dia 31 ao ponto chamado Registro do Jauru. Dá um posto militar na margem direita do rio, que neste ponto deve medir uns 150 metros de largura, sendo necessário canoa para atravessá-lo. Esse lugar, que noutros tempos era habitado por cerca de seiscentos brasileiros, hoje não tem mais do que setenta moradores, isso por culpa dos ataques repetidos dos índios cabaçais, que são uma tribo de bororos. Convém saber que o Registro nunca chegou a constituir uma povoação regular; mesmo no tempo de sua maior prosperidade, as casas estavam espalhadas numa extensão de um quarto de légua,