em escavar o solo ali fez com que se abandonasse a exploração. São Vicente fica quinze léguas a nor-noroeste da cidade de Mato Grosso.
A duas léguas e meia desta última, a estrada corta o rio Sararé, que deságua no Guaporé duas léguas abaixo da cidade; cinco léguas mais adiante passa-se o ribeirão da Graça, afluente do mesmo rio; por fim, três léguas e meia, para lá do ribeirão da Graça, o caminho atravessa o córrego da Lapa, que também corre para o Guaporé, a que chega depois de haver confundido as suas águas com as de uma pequena baía.
A três léguas de São Vicente, na direção de Pilar, abriu-se no cascalho uma lavra de ouro; hoje está porém abandonada.
Pilar fica onze léguas a leste de Mato Grosso e igual distância a sudeste de São Vicente. Este povoado possui uma capelinha e é formado de umas cem casinhas miseráveis, habitadas por cerca de duzentas pessoas, das quais somente seis são escravos. Também neste lugar não vive uma só pessoa de cor branca. O terreno é o mesmo de São Vicente e o processo utilizado na exploração das lavras também não difere; apenas merece reparo o fato de ser o solo nos arredores de Pilar ligeiramente montuoso, o que torna a espessura da camada superficial de canga bastante variável. Hoje há muito pouca atividade nas minas de Pilar, a custo sendo extraídas delas umas duzentas oitavas de ouro, ao passo que em São Vicente são tiradas nada menos de quinhentas durante o mesmo período. Esse ouro é vendido em Mato Grosso à razão de três mil réis a oitava.
Essas duas povoações são continuamente fustigadas pelos índios parecis e cabixis, cujos aldeamentos demoram nos planaltos que tiraram os seus nomes daquelas duas tribos. Nos campos que vestem aqueles planaltos é que estão as cabeceiras dos rios Juruena e Sumidouro. Os índios