experimentados depois que se sentiu isolado avizinhava-se da loucura. Esse homem, cuja morte se deu faz pouco tempo, não deixava de ter o seu merecimento; possuía notável instrução e passava por ser muito bom médico; tinha até sido professor na Faculdade de Medicina da Bahia.
Meu plano era descer o Guaporé até o Forte da Beira e dirigir-me daí para Cuzco, atravessando a província de Moxos, via San Juan del Oro e Paucartambo. Mas o comandante da fronteira me informou que a única via de comunicação com a Bolívia deixada aberta pelo governo era por Casalvasco. Vi-me por conseguinte na contingência de tomar o caminho de Chiquitos, embora fosse ele muito menos interessante do ponto de vista geográfico.
Até 17 de junho, estivemos ocupados nos preparativos para a viagem. No momento de fazer os pagamentos surgiu séria dificuldade: havia-se esgotado a nossa provisão de papel-moeda brasileiro e, para meu grande espanto, ninguém queria receber em piastras espanholas, ainda que fosse em ouro. Foi preciso grande luta para conseguir que recebessem espécies metálicas, e assim mesmo com uma majoração de quarenta por cento. Em consequência disso, quando, alguns meses depois, o sr. Weddell passou pela cidade, foi-lhe fácil obter, por muito menos do que o seu valor real, as piastras que eu me vira forçado a sacrificar. Nada poderá exprimir melhor o atraso em que estão as ideias comerciais do país. Só as moedas de cobre são objeto de grande procura.
Há duas vias para ir de Mato Grosso a Casalvasco: uma era a estrada por onde tinha de seguir a nossa tropa, e a outra era o caminho fluvial, escolhido peio pessoal da expedição. Indo-se pela estrada, depois de atravessar o Guaporé em canoa no porto mesmo de Mato Grosso acompanha-se a margem esquerda, ou ocidental, do rio, numa extensão de duas léguas e meia; chega-se então à barra do