Lourenço, Castanho, Arrependidos, Andrequicé, etc.; continua pelo pequeno rio Jacaré e finalmente pelo rio Paranaíba, até o rio Grande, que a separa de São Paulo. Com a província de Mato Grosso seus limites são a princípio constituídos pelo rio Pardo, desde sua foz no rio Grande, até o rio Vermelho, perto de Camapuã; depois pelo próprio rio Camapuã, até as suas cabeceiras, a partir de onde se continuam por uma cadeia de colinas, que se estende até as nascentes do rio Araguaia, rio que por sua vez constitui toda a fronteira ocidental da província de Goiás. Como seja ainda quase completamente desconhecida uma grande parte das regiões acima citadas, compreende-se que daqueles limites só uns poucos são certos, e que haja a maior dificuldade em apreciar a superfície da província, ainda que de modo muito aproximativo. É todavia certo que a sua área não é inferior a vinte e cinco mil léguas quadradas. Conclui-se, portanto, existirem cerca de dois habitantes e meio por légua brasileira quadrada. Na descrição circunstanciada que se segue, contentamo-nos geralmente em traduzir a memória oficial referida por nós, páginas atrás; mas o leitor não deverá esquecer que depois da época em que foi ela redigida a região experimentou um declínio constante. Faz-se mister observar ainda que algumas das informações ministradas nesse trabalho sobre a geografia do país não se acham de acordo com as colhidas por nós nos lugares respectivos. Não obstante, pensamos que em se tratando de uma região tão pouco conhecida valeria a pena mantê-las, toda vez que nos tenha sido impossível a verificação dos fatos.
Até estes últimos anos a província de Goiás esteve dividida em duas comarcas, a do sul, ou de Goiás, e a do norte, ou de São João das Duas Barras. Embora esta divisão judiciária não seja a dos dias atuais, conservá-la-emos para maior clareza da descrição.