O rio dos Bois vem da vertente oposta àquela de onde nasce o Uruu; corre para o sul, reunindo-se ao rio Turvo por intermédio do qual oferece um caminho fluvial para a província de São Paulo. Quanto ao Turvo, ele nasce na Serra das Divisões e desagua no Paraná.

O rio Verde tem suas nascentes nas vizinhanças das do precedente, com o qual se une; é navegável, porém encachoeirado.

Todos estes rios são abundantes em peixe, com exceção todavia do rio Uruu, que é menos bem dotado sob este ponto de vista.

Entre as dificuldades que se opõem à livre navegação, por esses rios, devemos contar, afora as cachoeiras, os índios inimigos, a carência de moradores capazes de prestar socorro aos viajantes em caso de necessidade, e as epidemias ocasionadas pelas águas estagnadas que se formam durante o período das chuvas e se convertem em pântanos infectos na estação das secas. Seria possível fazer desaparecer em parte todos estes inconvenientes; mas para isso seria necessário que a província despendesse somas que estarão durante muito tempo além de seus recursos e, por outro lado, uma administração diferente da que lhe rege o destino.

Há numerosos lagos na subdivisão de que nos ocupamos; contam-se os seguintes entre os mais notáveis:

O lago dos Tigres, conhecido pela sua extensão e pela sua abundância em peixe. Consta terem sido pescados nele exemplares com o peso de oito a dez arrobas (provavelmente pirarucus). Esse lago fica situado a oeste do rio Vermelho, com o qual ele se comunica por meio de canal navegável, a cerca de vinte e cinco léguas de Goiás.

O lago do Araçá, situado um pouco abaixo do precedente, é também muito piscoso.

O lago das Tartarugas, assim chamado por causa da grande quantidade de tartarugas que nele se pescam para