Mas não vamos resumir o livro que ganha em ser lido na íntegra, e depois relido e meditado. Na parte biológica muita coisa, naturalmente, se tornou desueta mas tudo que é observação continua vivo e oportuno e muitas de suas conclusões foram marcos definitivos no conhecimento da fauna.
De volta à pátria, combalido pela moléstia e sentindo sempre a nostalgia do "perpétuo verão", vieram aumentar-lhe as penas as dificuldades financeiras cada vez mais prementes, sentindo-se toda a sua amargura, quando nos conta que a sua valiosa coleção particular "não mais existe em sua integridade, pois alguns grupos passaram para outras mãos em diversas partes da Europa". Insiste Darwin para que ele publique a narrativa de sua viagem, insistência que se torna cada vez maior e Bates afinal acede e quatro anos passados de seu regresso nos dá a primeira edição desta obra.
O que há nas entrelinhas de seu prefácio é afinal compreendido por seus amigos, e em 1864 é ele nomeado assistente-secretário da Real Sociedade Geográfica de Londres, função que desempenha com a mais escrupulosa honestidade até à morte em 1892. Os deveres do cargo e os estudos de entomologia, apresentados quase sempre à Sociedade Entomológica de Londres, tomam todo o seu tempo.
Antes deste livro publicara Bates a obra que lhe deu maior renome, a memória Contribuições a uma fauna entomológica do vale do Amazonas, vinda a lume nas Transactions da Sociedade Lineana de Londres, em 1862, trabalho que é considerado sua mais notável contribuição à biologia e descoberta do mimetismo. "A hipótese de Bates", escreve depois o eminentíssimo professor de Freiburg Augusto Weismann, "foi