e está perto da confluência de dois grandes rios navegáveis. A imaginação fica excitada, quando a gente reflete sobre as possibilidades futuras desta localidade, situada perto do centro da parte equatorial da América do Sul, no meio de região quase tão vasta como a Europa, da qual cada polegada é da, mais exuberante fertilidade, e comunicando por água, de um lado com o Atlântico, e do outro com as repúblicas espanholas da Venezuela, Nova Granada, Equador, Peru e Bolívia. Barra é atualmente a escala mais importante das linhas de vapores que foram estabelecidas em 1853, e passageiros e mercadorias são transbordados aí para o Solimões e o Peru. Um vapor corre cada quinze dias entre Pará e Barra e de dois em dois meses navega entre este porto e Nauta, em território peruano. A companhia de vapores é mantida por grande subvenção anual do Governo Imperial, de cerca de 50 mil libras esterlinas. Barra era antes agradável lugar de residência, mas atualmente está em lamentável estado, sofrendo de escassez crônica dos gêneros alimentícios mais necessários. A atenção dos colonos a princípio dedicou-se inteiramente à colheita dos produtos espontâneos da floresta e dos rios. A agricultura foi, portanto, deixada ao abandono, e atualmente os arredores não produzem nem a farinha de mandioca suficiente para o seu consumo. Muitos dos gêneros alimentícios mais necessários, além de todos os artigos de luxo, vêm de Portugal, Inglaterra e América do Norte. De vez em quando chegam alguns novilhos, trazidos de Óbidos, distante umas 500 milhas, e que é o ponto mais próximo onde se possa obter um pouco de gado. Tem-se assim, com longos intervalos, suprimento de carne fresca, mas esta é geralmente monopolizada pelas famílias dos empregados públicos. Galinhas, ovos, peixe fresco, tartarugas,