O naturalista no rio Amazonas - T1

verduras e frutas eram excessivamente escassos e caros em 1859, quando tornei a visitar a cidade. Aí se comprava então uma galinha magra por seis ou sete shillings e um ovo por dois e meio pence. Realmente os arredores produzem muito pouco; o governo provincial recebe a maior parte de seus fundos da tesouraria do Pará. Suas rendas, que montam a cerca de cinquenta contos de réis (5.600 libras) derivam de direitos de exportação dos produtos de toda a província, e não chegam para pouco mais da quinta parte de suas despesas. A população da província do Amazonas, de acordo com o censo de 1858, é de 55 mil almas; o distrito municipal de Barra, que compreende larga área em torno da capital, tem apenas 4.500 habitantes. Há, contudo, para o governo desta pequena população, imensa quantidade de funcionários, acumulados na capital e, apesar das inúmeras formalidades triviais que os brasileiros empregam em cada pequeno detalhe de administração, a maior parte do tempo nada têm que fazer. Nenhuma das pessoas que foram para Barra, na fundação do novo governo, parece ter cuidado do cultivo do solo ou de obter alimento, embora fossem estas das mais proveitosas atividades. Os portugueses, que emigram para o Brasil, parecem preferir o pequeno comércio aos trabalhos muito mais nobres da agricultura. Se os ingleses são uma nação de mercadores a retalho o que dizer dos portugueses? Contei em Barra uma tenda para cada cinco casas de residência. Estas tavernas geralmente não tinham mais de 50 libras de mercadorias como capital, e os seus proprietários, portugueses altos e robustos, passavam o dia todo atrás dos imundos balcões para vender alguns vinténs de cachaça ou de mercearia. Todos estes homens dão a mesma desculpa porque não

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