O naturalista no rio Amazonas - T1

Solimões. Meu colega já deu a lume uma narrativa de sua excursão pelo Rio Negro e da ousada subida do seu grande tributário, o Uaupés(355). Nota do Tradutor Deixei Barra, em direção a Ega, a primeira cidade de alguma importância no Solimões, no dia 26 de março de 1850. A distância é de quase 400 milhas, e fizemos a viagem numa pequena coberta, remada por dez robustos índios Cucama, gastando trinta e cinco dias. Nessa ocasião passei 12 meses no Alto Amazonas. Certas circunstâncias obrigaram-me a voltar ao Pará. Tornei a visitar a mesma região em 1855, e dediquei três anos e meio a uma exploração mais completa de suas riquezas naturais. Os resultados das duas jornadas serão dados juntos, nos subsequentes capítulos desta obra; quero, entretanto, dar primeiro uma notícia de Santarém e do rio Tapajós, cujas circunvizinhanças explorei nos anos de 1851 a 1854.

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Podem ser acrescentadas aqui algumas palavras sobre minha visita ao Pará em 1851. Desci o rio, de Ega até à capital, na distância de 1.400 milhas, numa escuna muito carregada, de propriedade de um negociante daquela primeira localidade. Gastamos na viagem 29 dias, embora fôssemos favorecidos pelas fortes correntezas da estação chuvosa. O porão do barco estava cheio de óleo de tartaruga, posto em grandes jarras; o camarote estava atravancado de castanhas do Pará e grande pilha de salsaparrilha, coberta de folhas de palmeira, ocupava o meio do tombadilho. Tínhamos

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