durante três anos e meio, quando fez várias excursões subindo o Tapajós que era então pouco conhecido. Umas setenta milhas, subindo o rio, encontrou em seu afluente, o Cupari, uma fauna em sua maioria muito distinta da da porção inferior do mesmo rio. "Ao mesmo tempo uma porção considerável de espécies do Cupari eram idênticas às de Ega, no Alto Amazonas, distrito oito vezes mais afastado que a aldeia acima referido". Bates foi mais feliz aqui que em sua excursão subindo o Tocantins e obteve vinte novas espécies de peixes e muitos insetos novos e conspícuos, aparentemente peculiares a essa parte do vale amazônico.
Num último capítulo começa Bates seu inventário do Solimões ou Alto Amazonas, em cujas margens passou quatro anos e meio. A região é uma "brenha magnífica, onde o homem civilizado raramente pôs o pé, pois a parte cultivada, do rio Negro aos Andes, se reduz apenas a algumas dezenas de jeiras." Durante todo este tempo a residência principal de Bates foi Ega, no Tefé, um afluente sul do grande rio, e de onde suas excursões pelo interior foram até uma distância de 300 a 400 milhas. Nos intervalos Bates continuou na tarefa de naturalista colecionador, "do mesmo modo tranquilo e regular" que teria feito em uma aldeia europeia. Nosso autor esboça o mais admirável quadro da vida quieta e reclusa que passava nesse distante lugarejo. A dificuldade de ter notícias de casa e a falta de uma sociedade intelectual eram os grandes inconvenientes, o último dos quais "cresceu de tal modo que se tornou quase insuportável". "Fui obrigado afinal", observa ingenuamente Bates, "a chegar à conclusão de que a simples contemplação da natureza por si só não basta para encher o coração e o espírito humano". Bates deve efetivamente ter sido levado a uma grande penúria, no que