O naturalista no rio Amazonas - T1

a linha do equador. A tarde era calma, pois estávamos na estação sem ventos violentos, de modo que deslizávamos sem rumor, em agradável contraste com o barulho incessante a que nos habituáramos no Atlântico. A imensidade do rio nos impressionou profundamente, pois embora navegássemos, às vezes, a uma distância de oito ou nove milhas da margem direita, nunca era visível a margem oposta. O rio Pará tem, efetivamente, 36 milhas de boca, e em frente à cidade do Pará, que está a quase 70 milhas da foz, conta ainda 20 milhas de largura, mas aí começa uma série de ilhas, que diminui a visão do rio defronte da cidade(13). Nota do Tradutor
[link=42267] Figura 1: Belém[link]

Convém ficar aqui bem explicado que o rio Pará não é rigorosamente falando, uma das bocas do Amazonas. Assim aparece em muitos mapas de uso comum, porque os canais que o ligam ao rio principal são representados muito mais largos do que na realidade, dando a impressão de que grande massa d'água encontra uma passagem do Amazonas para dentro do Pará. É discutível, porém, que haja qualquer corrente d'água considerável fluindo constantemente numa direção por esses canais. Todo o distrito por eles atravessado consiste num grupo complexo de ilhas baixas, formadas pelo depósito do rio, entre o que é uma intrincada rede de canais profundos e estreitos. Provavelmente a terra aí é um pouco mais baixa que na costa do mar, e a maré penetra pelos canais, mas o fluxo e refluxo são tão complicados que é difícil precisar onde há uma linha constante de corrente

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