frequentes de outros minerais, embora grande parte do Brasil venha sendo, há 130 anos, pesquisada e explorada por 80 mil homens, que se ocuparam em escavar todos os morros e a revolver o leito mais profundo dos rios, à cata do ouro e das pedras preciosas. Poder-se-ia talvez objetar que, provavelmente, a causa disso pode ser encontrada no pequeno valor que se atribuía então aos outros metais e no pouco conhecimento que se tinha dos mesmos. A objeção, porém, estaria em desacordo com o espírito observador e especulativo do minerador brasileiro, ao qual não escapa nenhuma substância mineral, sobretudo quando possui brilho metálico, cor, ou aspecto que lhe faça pensar na possibilidade de tratar-se de um tesouro oculto. Assim, guarda-a cuidadosamente, até que consegue chegar ao conhecimento exato da sua natureza,
Com esse objetivo, tritura o material achado e apura-o em seguida, a ver se é aurífero. Caso negativo, leva-o a uma forja, onde, depois de fundido, verifica se não contém prata. Não chegando, ainda neste caso, a um resultado prático, leva consigo uma porção da mesma até à cidade, onde a submete ao exame dos ourives, ou a exibe aos farmacêuticos, aos médicos ou às pessoas que tenham fama de entendidas(1). Nota do Autor
Em todo caso, essas pessoas classificam bem ou mal o espécime e recorrem aos velhos livros para alinhar todas as vantagens que se podem tirar do novo mineral.
A notícia é espalhada aos quatro ventos e o descobridor passa a especular com centenas de cousas, que espera alcançar com a sua descoberta. Ele importuna o Governador da Província ou o próprio Ministro de Estado, no Rio de Janeiro, e procura obter a