Pluto Brasiliensis; memórias sobre as riquezas do Brasil em ouro, diamantes e outros minerais v. 1

proteção das pessoas influentes, fazendo as mais exageradas descrições da riqueza encontrada, em que simples veios se transformam em vieiros possantes, e pequenos buchos e delgadas veias em massas consideráveis ou grandes montanhas.

Raramente, deixa de ser acreditado piamente. Assim, recebe a desejada recompensa, isto é, condecorações, empregos civis, posto de major ou de ajudante na Milícia, isenção de imposto, etc. Tudo isso é solicitado sucessivamente, à medida que um ou outro seja recusado, e até que, com persistência e descaro, consegue realizar os seus desejos.

Mesmo quando enxotado, não deixa de voltar, nunca falhando às audiências do Ministro, depois de ter frequentado as do Rei. Tanto se empenha que, afinal, para se livrarem dele, lhe dão o que deseja. Anos depois, tendo falecido já às vezes o descobridor, lembra-se algum Ministro de mandar pesquisar suficientemente o local do achado e, então, verifica que tudo não passa de uma fraude, como sempre.

Na quinta parte deste livro foram citadas todas as riquezas minerais que têm sido encontradas além do ouro e do ferro. A insignificância das mesmas em relação ao imenso trabalho de revolver montanhas e vales, a que o espírito de investigação levou os mineiros, prova claramente que o Brasil é um dos países pobres em metais.

Na composição desta obra, achei útil seguir uma ordem natural e adequada. Em primeiro lugar, juntei, a cada assunto, uma parte histórica, seguida das observações geológicas feitas até hoje, bem como plantas melhoradas ou projetadas por mim. Em segundo lugar, expus o resultado completo de minhas investigações.

Muitos poderão criticar o desenvolvimento que dei ao estudo da legislação de minas e à parte histórica. A razão desta análise minuciosa, que não deixou escapar

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