das águas. Deste modo, as partes mais leves vão se escoando com as águas, enquanto a massa é reconduzida sempre para debaixo da queda d'água, onde é revolvida continuamente por meio do almocafre.
O trabalho prossegue até que seja retirada a última travessa e atingido o fundo da canoa. Reúne-se então cuidadosamente o concentrado, separando-se a parte depositada na cabeceira, que é apurada em bateias especiais por ser mais rica. Rebaixadas todas as canoas e lavados os panos das bicas, recomeça-se então o trabalho, que prossegue até acabar a formação.
Quanto maior for o número de canoas e das bicas, mais acentuada deverá ser a inclinação destas últimas. Se a superior apresentar uma inclinação de 15 graus, a seguinte terá 20 e a terceira de 25 a 30 graus. Só o mineiro experimentado poderá, por conseguinte, dispô-las convenientemente, como lhe ensina a experiência.
Essas canoas e bicas são construídas ao tempo, razão por que não se pode trabalhar com elas na estação das chuvas. Quando destinadas à lavagem das formações diamantíferas, são abrigadas por um telheiro de capim, pois o trabalho é executado, sobretudo, no tempo das águas.
APURAÇÃO DO OURO EM CANAIS DE RECEPÇÃO E MUNDÉUS
Para desfazer e lavar maiores massas rochosas, tornou-se necessário o estabelecimento de grandes canais e mundéus, cavados ao pé dos morros e destinados à recepção de todo ouro acarretado pelas águas.
Os canais têm de seis a 12 palmos de largura(204) Nota do Tradutor e um comprimento de algumas centenas de pés, de acordo com o declive e o espaço disponíveis.