Pluto Brasiliensis; memórias sobre as riquezas do Brasil em ouro, diamantes e outros minerais v. 1

Em intervalos de dez, 20 e mesmo 40 passos(205) Nota do Tradutor constroem-se barragens em degraus, de pedras ou arbustos presos por estacas. Essas represas são alteadas pouco a pouco, até que a espessura do material acumulado seja considerada suficiente. É de uso, também, construir, na extremidade do canal, um mundéu com barragem interna, para decantação das águas, e mesas dormentes cobertas de couro cru com o pelo voltado para cima, ou baetas felpudas.

Nos lugares onde não é possível fazer esses mundéus, limita-se o mineiro a colocar as mesas dormentes junto da extremidade inferior do canal.

Esses canais não são senão grandes canoas, pois neles se faz também o serviço de rebaixamento logo que se enchem e apresentam inclinação suficiente.

O rebaixamento é idêntico ao das canoas, iniciando-se a operação pela represa superior, que se retira juntamente com os arbustos ou as pedras. Assim se procede sucessivamente, até que seja raspado cuidadosamente todo o material aurífero acumulado, que é então levado para os bulinetes.

Se o canal tem pequena declividade, o rebaixamento começa na extremidade oposta à denominada cabeceira. Durante a operação, as mesas permanecem sempre cobertas com as baetas ou os couros, que são lavados frequentemente.

Nos terrenos onde não há espaço suficiente para a abertura de canais, só se constroem mundéus. Estes são grandes reservatórios retangulares ou semicirculares, construídos de pedras ligadas por argamassa de barro e areia, e de acordo com o espaço disponível. Arrimam-se geralmente no flanco da montanha, ou são cavados ao sopé da mesma, e possuem de 40 a 60 palmos

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