de modo que funciona juntamente com os pilões. E, como o aparelho fosse ideado para executar trabalho idêntico ao do bulinete, a caixa recebeu orifícios em níveis diferentes, por onde se escoa a água lamacenta, contendo ainda alguma quantidade de ouro, o qual é apurado nas mesas dormentes. A maior parte fica, porém, no fundo da caixa.
Teoricamente, a instalação era perfeita. Na prática, porém, não deixou de apresentar inconvenientes. De fato, sendo o ouro da lavra finíssimo, escapa com as partes mais leves ao esvaziar-se a caixa até o fundo, quando o eixo vertical de rotação gira muito depressa.
Se se diminuísse a entrada da água, a fim de dar ao ouro tempo de concentrar, toda a massa também se concentraria, de maneira que os agitadores, encontrando muita resistência, acabariam por imobilizar-se.
De nada adiantava imprimir à instalação um movimento médio, porque o ouro mesmo assim escapava com as partes mais leves, não se concentrando de modo algum no fundo.
Por esses motivos, a instalação foi rejeitada. Em seu lugar, em seguida ao cocho do pilão, cavou-se uma canoa no solo argiloso, com dez palmos de comprimento por 2 1/2 de largura, em cuja extremidade inferior a lama é acumulada por meio das travessas de madeira. A canoa é também seguida de um plano inclinado coberto de couro ou de baeta, de 20 palmos de comprimento. Desse plano inclinado cai a lama em uma segunda canoa, seguida de algumas mesas dormentes.
A esta instalação foram acrescentados, com grande facilidade e proveito, vários mundéus e caixas de lavagens, abertos no terreno em declive, de argila muito compacta.