Novamente, já em 1697, partiram de São Paulo e, após inúmeros sacrifícios, alcançaram o lugar em que se encontra a atual Itaverava, oito léguas ao sul de Vila Rica. Eles resolveram ficar ali por mais tempo, a fim de, prudentemente, plantarem meio alqueire de milho. Isto feito, dirigiram-se para o sertão do rio das Velhas, onde esperavam encontrar víveres e caça suficientes até a época da colheita.
Nessa ocasião, certo Manuel Garcia, acompanhado do Coronel Salvador Fernandes e outros aventureiros, empreendeu a mesma viagem, e como, no ano seguinte, Bueno voltasse para fazer a colheita, ali os encontrou.
Miguel de Almeida, companheiro de Bueno, comprou logo do Coronel Furtado um trabuco, pagando por ele todo o ouro que a empresa tinha consigo e que não excedia de 12 oitavas. Manuel Garcia, mais esperto, ardilosamente obteve o ouro do Coronel, dando-lhe em troca duas índias, mãe e filha.
Com esse ouro, voltou logo Garcia para Taubaté, onde causou grande sensação; mas, por sua vez, foi tão pouco feliz, que deixou Carlos Pedroso da Silveira arrebatar-lhe o metal, que foi levado ao Governador Sande. Em recompensa, obteve não só a patente de Capitão-Mor de Taubaté, mas ainda, como já foi dito, a de provedor do Quinto e a incumbência de erigir uma Casa de Fundição em Taubaté, vila localizada à margem da estrada por onde regressavam os sertanistas.
Deste modo, pois, coube a um terceiro, bastante esperto, o prêmio devido aos descobridores.
O ocorrido despertou os paulistas que, desprezando sacrifícios, despesas e perigos, se atiraram em busca dos sertões, em número cada vez maior. Assim, iam devassando as principais florestas da Serra do Lobo (Lopo, Loco), que separa as capitanias de São Paulo e Minas, impelidos, não mais pelo objetivo da