Estrada de Ferro Madeira-Mamoré: história trágica de uma expedição

se obtém uma produção de 400$000 [400 mil réis] por tonelada apesar dos primitivos métodos de mineração, que até hoje se empregam. Sabendo-se que nos Estados Unidos se considera compensadora a exploração de minas que produzem apenas 20$000 [20 mil réis] por tonelada, pode-se facilmente imaginar o que representariam esses tesouros fabulosos em mãos de operários experimentados, trabalhando com maquinaria adequada. Os campos de ouro e prata dessas regiões estão produzindo relativamente pouco, hoje em dia, devido à pobreza e ignorância do povo, seus métodos antiquados de extração e orientação fraquíssima. Há muitos anos que, em várias das minas que se tornaram famosas na história, nada mais se tem feito que reduzir, por processos modernos, o metal contido no refugo abandonado pelos mineiros de antanho. Tem-se encontrado ouro em diversos lugares, mas nunca foi regularmente explorado, pois é tão abundante a prata que o povo pode se dar ao luxo de desprezar o metal mais nobre, porém de extração mais difícil. Em anos passados Potosí esteve em grande evidência quando uma faísca elétrica lascou enorme massa de ouro puro de um misterioso penhasco escondido entre altíssimas montanhas e o lançou aos pés de um grupo de mineiros, lá embaixo, no vale. Por muito tempo essa misteriosa pepita maravilhou o mundo, depois foi vendida por preço fabuloso ao Museu de Madri, onde ainda se encontra. Se pelo menos o espírito revolucionário se acalmasse de maneira que os capitalistas não se arreceassem de aqui empatar seus capitais e se construíssem estradas capazes de dar escoamento aos produtos do interior da Bolívia, rumo ao

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