Estrada de Ferro Madeira-Mamoré: história trágica de uma expedição

preferência, como ligação entre a navegação a vapor dos rios. Portanto, pode-se dizer ainda hoje, como antigamente, que a rota transandina, rumo ao Pacífico, não proporciona escoadouro adequado ao comércio das regiões boreais e orientais da Bolívia.

Várias tentativas já foram levadas a efeito no sentido de se descobrir uma saída boa para o comércio por via dos rios Paraguai e da Prata. Projetaram-se duas estradas de ferro ligando Oruro, Cochabamba e Sucre às águas navegáveis do Paraguai. Entretanto, o que se conhece desses traçados, conquanto nada tenha de concludente, está longe de despertar entusiasmo por eles.

Em publicação recentemente divulgada, o Coronel George Earl Church ocupa-se do assunto com grande autoridade.

Admite ele, nesse trabalho, que até Assunção, capital do Paraguai, chegam navios até com nove pés de calado, e que, em qualquer época do ano, barcos de três pés de calado podem subir até a desembocadura do São Lourenço. Entretanto, para que se atinjam águas navegáveis no rio Paraguai, partindo de qualquer ponto do sopé andino, torna-se necessário atravessar o leito do antigo mar dos Pampas que, em remotas eras, agitava suas vagas de ambos os lados do atual rio Paraguai, estendendo-se ao norte até o desaguadouro do Mamoré. A seguinte, afirmativa do Coronel Church, referindo-se à bacia de Mojos, dá bem ideia da vasta extensão dessa baixada imensa bem como das dificuldades que impedem a construção de qualquer estrada que pretendesse cortá-la: "Durante perto de quatro meses, todos os anos, cerca de 90 mil quilômetros quadrados de sua área ficam totalmente

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