durante a viagem". No geral, o plano de se estabelecer ligação ferroviária entre o interior da Bolívia e as cabeceiras do rio Paraguai não é de natureza a entusiasmar ninguém. A exploração e desenvolvimento de qualquer rota semelhante têm sido muito retardados pelas reivindicações antagônicas da Bolívia, Brasil, Paraguai e Argentina com relação às respectivas fronteiras nas vizinhanças do rio Paraguai. A razão de tais disputas reside no fato de quase todos os países sul-americanos terem reclamado, em certa época, o direito exclusivo de navegação fluvial dentro dos respectivos territórios. Somente a 7 de setembro de 1867, e sob pressão estrangeira, foi que o Brasil consentiu em declarar a navegação do rio Amazonas livre aos barcos de todas as nações.
O sistema ferroviário argentino vem, intimamente, avançando de Buenos Aires rumo ao norte, à direita dos Andes, e, portanto, é possível que proporcione escoamento a uma parte do comércio boliviano. Contudo, tanto o trajeto pelo rio Paraguai como pelas estradas argentinas aumentaria em muito a distância entre a Bolívia e os portos europeus e norte-americanos.
A partir de 1541, quando Orellana fez a sua famosa descida pelo Amazonas, à procura do fabuloso Eldorado, duas centúrias se escoaram antes que se começasse a perceber as vantagens que oferecia a comunicação pelos rios Madeira e Mamoré. Em 1716 uma expedição subiu o Madeira inferior. Em 1719 o Capitão-mor do Pará morreu vitimado pela queda de um cedro no rio Madeira e os portugueses já tratavam de ampliar os seus aldeamentos pelos principais tributários do