Estrada de Ferro Madeira-Mamoré: história trágica de uma expedição

MALÁRIA

Poucas pessoas que residam em latitudes setentrionais podem fazer ideia da enorme influência que as febres palustres, em suas várias modalidades, têm exercido na história dos países tropicais e subtropicais. Não precisamos sair dos Estados Unidos para encontrar grandes regiões férteis e populosas, junto a cidades tornadas impróprias para habitação humana pelas moléstias. Foi o que se verificou no alto de Catskills, ao longo de muitos de nossos rios navegáveis, próximo a estações climáticas do litoral, tendo mesmo despovoado regiões de nossos Estados ocidentais.

A malária abateu e desmoralizou o nosso exército em Cuba, quando ainda se rejubilava pela vitória alcançada sobre o inimigo bem mais insignificante. Foi ela nefasta durante a primeira ocupação norte-americana de Havana, fez sentir sua influencia nas Filipinas e provavelmente constituirá obstáculo mais sério, na construção do Canal do Panamá, que a muito mais temida febre amarela.

Essa moléstia tem contribuído fortemente para o isolamento comercial da Bolívia, tem atrasado a imigração e retardado o desenvolvimento dos recursos naturais de grande parte da América do Sul, não apenas nas baixadas, mas também entre os picos andinos, a altitudes que orçam por três mil metros acima do nível do mar. Há muito que a Inglaterra está em guerra com a malária em suas colônias tropicais, na Índia, em Hong Kong e nas vizinhanças do Canal de Suez. A Grécia, com uma população de 2.433.806 almas, teve 960.048 casos de malária em 1905.

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