Estrada de Ferro Madeira-Mamoré: história trágica de uma expedição

em regiões onde essa moléstia era inteiramente desconhecida. Por outro lado, houve quem fosse atacado de maleita em lugares onde não conseguiram constatar a presença de qualquer espécie de mosquito. Conseguiu-se apurar que esses insetos emigraram do continente norte-americano para ilhas situadas a 50 milhas de distância. Entretanto, em muitos dos grandes rios dos Estados Unidos e da América do Sul as tripulações dos vapores que constantemente passam por zonas infestadas de maleita, ou nelas fazem frequentes paradas, gozam de notável imunidade. Em várias regiões, como por exemplo na bacia amazônica, onde se encontram mosquitos por toda parte e nada parece haver que restrinja sua livre migração, a malária só infesta zonas relativamente pouco extensas.

A ênfase que deram os advogados da teoria exposta sobre a responsabilidade do mosquito na transmissão malárica, parece indicar que nada que se possa ingerir poderá causar ou acelerar os ataques da doença. Essa ideia está em flagrante oposição ao que afirmam milhares de pessoas. Por um período de pelo menos 50 anos acreditou-se, no vale do Mississipi, que na ingestão de melancia geralmente seguida de achaques febris, havia uma relação de causa e efeito. Entre os negros do sul, era costume dizer-se que "há um calafrio em cada melancia". Em certas regiões da América do Sul, existe a mesma crença com relação à cana-de-açúcar e ao pepino maduro. Observou-se muitas vezes que ainda o mais leve uso de conhaque ocasionava ataques febris, e entre os nativos era geral a crença de que café forte tinha o efeito de cortar os acessos. Considerava-se perigoso dormir

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